OS ÍCONES MILAGROSOS
O ícone da Mãe de Deus de Ulashkiv (século XVII)

Segundo a tradição, a história do ícone milagroso da Mão de Deus de Ulashkiv, remonta à segunda metade do século XVII. Numerosas curas milagrosas que aconteciam junto à imagem da Santíssima Mãe de Deus, e também a milagrosa proteção dos habitantes do país frente às invasões dos bárbaros cruéis às aldeias e cidades da Ucrânia atesta documentalmente a crônica do mosteiro de Ulashkiv do ano 16778. Os habitantes do país, nos tempos do terror e sofrimento em consequência dos ataques dos invasores tártaros e turcos, sempre recorriam em oração a esse ícone da Mãe de Deus e obtinham alívio e ganhavam forças para não sucumbir, não cair em desespero, resistir e defender a sua terra.
Embora o mosteiro fosse várias vezes devastado e saqueado pelos muçulmanos, o ícone da Santíssima Mãe de Deus milagrosamente permanecia sem ser danificado. No ano de 1740, o mosteiro foi novamente saqueado, mas desta vez não pelos tártaros ou turcos, mas pelos exércitos russos. Toda a preciosa riqueza religiosa (manuscritos, livros, objetos litúrgicos e todos os ícones) fora levada embora. Mas o ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus não se perdeu. Provavelmente ele foi comprado por alguém. Depois de mais de duas décadas, ele retornou ao mosteiro. O ícone da Santíssima Mãe de Deus no ano de 1765 foi doado pela nobre família ucraniana dos Dobrynsk-Rateborsk.
Tendo recebido de uma comissão especial a decisão em base de depoimentos, confirmados por juramentos de testemunhas oculares de milagres que aconteceram junto a esse ícone da Mãe de Deus, o bispo Lev Sheptytsky proclamou, com o rescrito do dia 4 de outubro de 1773, o ícone de Ulashkiv como milagroso. No ano de 1774, por iniciativa dos monges do mosteiro de Ulashkiv e com as ofertas de piedosos moradores foram confeccionadas vestes douradas para o ícone da Mãe de Deus. No ano de 1868 o ícone milagroso foi transportado da velha igreja do mosteiro para o atual templo da Natividade da Santíssima Mãe de Deus em Ulashkiv. Desde então o mosteiro de Ulashkiv tornou-se o maior centro de peregrinação da região da Ucrânia chamada Podília da Galícia.
Durante o regime comunista, o ícone milagroso da Mãe de Deus foi levado à igreja paroquial de Ulashkiv, levando em conta que o mosteiro estava em ruínas e a igreja encontrava-se em total abandono. Graças à proteção da Mãe de Deus, os fiéis encontravam junto ao ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus de Ulashkiv o seu conforto e a sua intercessora diante de Deus.
Ícone da Mãe de Deus de Máriapócs (s. XVII)

A história desse ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus tem início no ano de 1676 quando, como atesta a crônica do mosteiro, o morador da aldeia Pócs, Lourenço Hurta, comprou o ícone de um iconógrafo e a doou à igreja local. Vinte anos mais tarde, no dia 4 de novembro de 1696, num domingo, durante a Divina Liturgia, após a consagração dos santos Dons, os fiéis presentes viram lágrimas nos olhos da Mãe de Deus retratada naquele ícone. O primeiro a notar as lágrimas no ícone foi Miguel Evri. A Santíssima Mãe de Deus, representada no ícone, chorava em intervalos até o dia 8 de dezembro daquele ano. Naqueles dias aconteceram muitos milagres junto ao ícone. Em base das conclusões de leigos, foi oficialmente reconhecido o ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus de Máriapócs. No ano de 1697, por decreto do rei da Áustria, Leopoldo I, o ícone foi levado para Viena, onde ele foi depositado na catedral de Santo Estêvão, e lá está até hoje.
Um desconhecido artista iconógrafo de Kosice pintou três cópias desse ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus. Um deles foi restituído à igreja da aldeia de Pócs, o qual em decorrência dos inúmeros milagres que aconteceram pela intercessão da Mãe de Deus foi denominado de Máriapócs. Essa cópia do ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus também chorou durante uma Divina Liturgia no ano de 1715. O segundo versar de lágrimas perdurou em intervalos do dia 1 até o 5 de agosto. E novamente uma determinada comissão, composta de peritos de diversos ramos de ciências, declarou que ali estava agindo uma força sobrenatural. No dia 25 de agosto de 1715, com o certificado do bispo A. Ardele, essa cópia do ícone da Mãe de Deus de Máriapócs foi reconhecido como milagroso. O Papa Pio VI conferiu à igreja de Máriapócs a faculdade de conceder indulgência plenária.
No ano de 1756, o ícone milagroso de Máriapócs foi transferido à nova igreja do mosteiro basiliano do local. Pela terceira vez o ícone de Máriapócs chorou em intervalos do dia 3 a 9, depois de 30 a 31 de dezembro. A quarta vez que o ícone chorou foi no ano de 1917. Os registros de numerosos milagres que aconteceram por intercessão da Mãe de Deus junto a esse ícone milagroso são referidos na crônica da igreja do mosteiro.
O íncone milagroso foi restaurado nos primeiros anos pós-guerra. Durante a sua restauração demonstrou-se que o ícone da Santíssima Mãe de Deus era cópia fiel da preciosa memória da iconografia bizantina.
As peregrinações com a participação de milhares de romeiros, os números ex-votos de ouro e prata são provas que a Santíssima Mãe de Deus, representada no ícone milagroso de Máriapócs, ouviu as orações de seus filhos e concedeu-lhes numerosas graças e curas.
O ícone da Mãe de Deus de Pohonya (s. XVII)

A história do ícone milagroso em Pohonya está envolto em muitas lendas. Ele foi pintado por um pintor desconhecido não mais tarde que no ano de 1650. No ano de 1736 fora construída junto ao mosteiro uma nova igreja em nome da Dormissão da Santíssima Mãe de Deus como sinal de gratidão pelo dom da cura recebida junto a esse ícone, como doação dos nobres Joana Velehorskoi, do clã dos Pototskyi e de Sofia Zahvoiskei, do clã do Uhrenskei. Milhares de peregrinos chegavam em romaria ao santuário. Com as suas doações em gratidão pelas graças recebidas nos anos 70 do século XVIII foram confeccionadas as vestimentas e a coroa revestida de prata e ouro. No entanto, durante a reforma eclesiástica promovida pelo rei José II, esses ricos adornos e coroas foram removidas, como também todos os ex-votos que adornavam o ícone.
Em base da decisão da comissão religiosa, o bispo Atanásio Sheptytsky proclamou esse ícone como milagroso. Com o decreto do Papa Pio X, a partir do dia 9 de junho de 1908 ao altar mor da igreja do mosteiro da Dormissão da Santíssima Mãe de Deus foram conferidas quatro indulgências ao ano.
No início do século XX foi construída uma nova igreja do mosteiro. Porém no ano de 1946, o mosteiro foi fechado pelo governo comunista. Dentro de suas paredes foi de início instalado um internado para crianças com deficiência mental e no ano 1950 a igreja foi destruída. Parte significativa dos bens da igreja do mosteiro e, provavelmente, também o ícone milagroso foi levado para a igreja paroquial da aldeia de Pzenytchnyky, nos arredores de Pohonia. Havia no lugar algumas cópias desse ícone. Uma delas foi guardada em casas dos piedosos moradores de diversas aldeias. O último local onde essa cópia estava foi a aldeia de Dora, nas proximidades de Iaremtchе. No dia 26 de maio de 1996, esse ícone foi solenemente transferido para a recém construída capela nos arredores do mosteiro de Pohonia. No entanto, a procura do ícone milagroso continuava. No dia 6 de março de 2001, o então superior do mosteiro de Pohonia, padre Nicodemos Huralliuk durante a oração examinava um outro ícone antigo da Mãe de Deus em estado de total abandono, que nos anos 1980 fora devolvido de Pzenytchnyky. Era ele, como confirmaram os especialistas do Instituto “Ukrocidproekrestauratia”, o ícone original.
No ano de 1992, o ícone milagroso foi transferido para a recém construída capela no terreno do mosteiro basiliano em Pohonia. Após ser restaurado, no dia 27 de junho de 2001, o ícone foi abençoado pelo Santo Padre Papa João Paulo II. Daí então o ícone retornou à igreja do mosteiro em Pohonia.
Ícone da Mãe de Deus de Pidhoretska (s. XVI)

A partir do ano 1688, o mosteiro de Pidhirtsi manteve sob seus cuidados a igreja da Natividade de Maria Santíssima Mãe de Deus na aldeia de Holubetsi, onde foi encontrado pela primeira vez o ícone milagroso. Na crônica do mosteiro de 1699 há uma primeira menção escrita sobre o ícone da Mãe de Deus, diante do qual ao longo de alguns meses do ano de 1692, aconteceram milagres: a imagem da Imaculada Virgem vertia lágrimas, velas que se acendiam espontaneamente, muitos enfermos que acorriam com fé a esta santa imagem, de acordo com o seu pedido eram curadas de diversas doenças.
O bispo de Lviv, José Shumliansky, em uma carta do dia 14 de abril de 1694, declarou o ícone como milagroso. No dia 17 de abril do mesmo ano, o ícone foi solenemente transferido da igreja paroquial de Holubetsi para a vetusta igreja do mosteiro de Pidhirtsi, e logo depois para a nova igreja do mosteiro da Anunciação da Santíssima Mãe de Deus. Em sinal de gratidão pelos numerosos milagres que lá aconteceram, no ano de 1715, foram confeccionados para o ícone adornos dourados e 39 anos depois o ícone foi coroado pelo Papa Bento XVI.
Quando o mosteiro de Pidhirtsi foi fechado pelo regime comunista, o ícone e os ex-votos foram guardados pelos fiéis das aldeias de Pidhirtsi e Plisnesk. Aos 7 de abril de 1991, com a restauração do mosteiro, o ícone foi devolvido à igreja da Anunciação da Santíssima Mãe de Deus e no final dos anos 1990 ela foi restaurada.
Ícone da Mãe de Deus de Mukachevo

Segundo uma antiga tradição, o mosteiro de São Nicolau de Mukachevo foi fundado ainda no ano de 1242. Ao longo dos séculos, por três vezes ele caiu em ruínas e por três vezes foi restaurado. Desde o ano 1733, o mosteiro de Mukachevo foi sede do superior provincial da Província de São Nicolau da Ordem dos Padres Basilianos na Ucrânia Transcarpátia, e nos anos 20 do século XX tornou-se o centro da renovação da vida monástica da Ordem Basiliana na “Terra de Prata”. Justamente naquele tempo, no ano de 1926, o Papa Pio XI presenteou o mosteiro de Mukachevo com o ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus. Esse ícone, pintado no século XV, procede provavelmente de Constantinopla. Após a queda de Constantinopla, com a invasão turca, o ícone foi levado a Roma. No dia 27 de junho de 1926, no domingo de Todos os Santos, o ícone foi solenemente transportado para a igreja de São Nicolau no “Monte dos Monges”. Naquela oportunidade, todo o território da Ucrânia Transcarpátia foi consagrado à proteção da Santíssima Mãe de Deus.
Com o avanço das forças soviéticas à Ucrânia Transcarpátia, o mosteiro foi fechado. No ano de 1947, os monges foram expulsos à força do mosteiro. No entanto, foi possível salvar o ícone milagroso de ser destruído: inicialmente ele foi escondido na aldeia de Svaliava, posteriormente foi guardado na casa de uma família de Mukachevo. No ano 2000, o ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus de Mukachevo foi levado à igreja basiliana do Espírito Santo na aldeia de Malyi Bereznyi. A peregrinação a este mosteiro é realizada na festa do Espírito Santo e na festa da Transfiguração do Senhor.
Após a restauração das atividades dos Padres Basilianos em Mukachevo, o mosteiro de São Nicolau foi fundado em novo local. No dia 16 de julho de 2009 o ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus foi solenemente transportado para aquele local. Com a bênção do Dicastério para as Igrejas Orientais, foi instituído na data de 16 de julho a festa da veneração do ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus de Mukachevo. Desde o ano 2010, ela foi proclamada na eparquia greco-católica de Mukachevo como festa eparquial, e é solenemente festejada no mosteiro basiliano de Mukachevo todos os anos no dia 16 de julho. Além disso, nesse mosteiro, na festa da Assunção da Santíssima Mãe de Deus, dia 28 de agosto, acontece uma grande peregrinação.
O ícone da Santíssima Mãe de Deus de Krystynopil (s. XVIII)

O ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus foi doado no ano 1765 à igreja do mosteiro de Krystynopil por Estanislau Kostka-Sadovsky, marechal da casa do conde Silésio Potosky. Permanecendo na igreja do mosteiro, ela se tornou medianeira de abundantes graças divinas. De acordo com os registros nos livros do mosteiro, além de toda uma série de menções de curas e auxílios em diversas dificuldades da vida, é mencionada uma epidemia de cólera que contagiou os arredores de Krystynopil no ano de 1770. Para deter a sua propagação, os monges realizaram uma procissão de oração com o ícone milagroso com os fiéis em torno da cidade. A epidemia não atingiu Krystynopil. No ano seguinte, em base da decisão da comissão de espiritualidade, o bispo Maximiliano Rylo, por meio de seu rescrito do dia 26 de janeiro de 1771 proclamou o ícone de Krystynopil como milagroso.
No ano de 1773, os religiosos basilianos, em sinal de gratidão pela proteção da Santíssima Mãe de Deus, confeccionaram para o ícone milagroso uma moldura de prata e uma coroa de ouro. As peregrinações em Krystynopil eram realizadas de acordo com o decreto do Papa Leão XIII do ano 1902 – na festa de Santo Onofre e em todas as festas da Mãe de Deus.
Após o final da Segunda Guerra Mundial, quando o regime soviético tomou a cidade do dia 17 de junho de 1947, os padres basilianos foram expulsos do mosteiro. O ícone milagroso foi retirado pelo padre Arcênio e dois irmãos basilianos, Benjamin e Jacinto, para Varsóvia. Inicialmente, o ícone de Krystynopil foi conservado na capela da casa de noviciado das Irmãs Servas, e logo depois, na capela do mosteiro dos padres basilianos. Na festa da Anunciação da Santíssima Mãe de Deus, no ano 1994, o ícone milagroso foi levado solenemente para a igreja do mosteiro de São Jorge em Sheptytskyi.
Ícone da Mãe de Deus de Verkhrat (s. XVII)

O nome do ícone provém da aldeia de Verkhrat, situada nas margens do rio Rat, e que pertencia aos antigos povoados dos tempos da Rush de Kyiv, e posteriormente ao principado de Halytch-Volín. A história do ícone milagroso da Mãe de Deus de Verkhrat tem seu início na cidade de Zamost. No ano de 1682, o superior do mosteiro de Verkhrat, padre Isaac Sokalovskey trouxe esse ícone ao mosteiro. Seis anos mais tarde, o ano de 1688, na festa da Deposição da Santa Veste da Santíssima Mãe de Deus, começaram a acontecer os primeiros milagres. Aconteceu, então, que durante a noite pousou sobre o mosteiro uma coluna de fogo que iluminou toda a redondeza. O povo das aldeias do entorno acorreu para observar esse fenômeno, e quando eles, conduzidos pelo padre, entraram na igreja, viram que diante do ícone da Mãe de Deus fulgurava uma luz e dos olhos da Mãe de Deus corriam lágrimas de sangue. Esse fenômeno perdurou por quatro semanas. O povo começou a acorrer ao ícone com as suas doenças e seus problemas, suplicando a ajuda da Mãe celestial. Todos os milagres que aconteciam junto ao ícone, foram descritos e confirmados por juramento das testemunhas. Naquele ano, o bispo de Lviv, José Schumlianskey, vindo a Verkhrate e vendo o ícone, do qual escorreram lágrimas de sangue, após ouvir testemunhas, proclamou o ícone da Santíssima Mãe de Deus de Verkhrate como milagroso.
Com a supressão do mosteiro basiliano em Verkhrate no ano de 1808, o ícone foi solenemente transportando ao mosteiro basiliano em Krekhiv. Aqui continuaram a acontecer milagres.
Depois de o mosteiro de Krekhiv ser fechado pelos comunistas, se conseguiu transportar o ícone milagroso para a igreja da Santa Parascévia em Lviv. Com a saída da Igreja greco-católica ucraniana da clandestinidade, no dia 19 de maio de 1991, o ícone milagroso da Santa Mãe de Deus de Verkhrate foi levada de volta a Krekhiv.
Ícone de São Nicolau de Krekhiv (s. XVII)

Segundo uma versão, o local de origem do ícone de São Nicolau de Mira da Lícia é a Bielorússia, de onde a trouxe consigo um dos fundadores do mosteiro, chamado Joel. Menções sobre peregrinações ao ícone milagroso do mosteiro de Krekhiv remontam aos séculos XVII-XVIII. Sabe-se que acorriam para lá peregrinos de vários lugares do território da Ucrânia e também da Grécia e Creta. No século XVIII, o ícone foi revestido em roupagem de prata e ouro em sinal de gratidão pelas suas intercessões. Porém como essas roupagens contribuíram mal para a conservação do ícone, elas foram removidas, e o ícone restaurado.
As peregrinações para a festa do Translado das Relíquias de São Nicolau no dia 18 de maio eram muito numerosas. Por exemplo, no ano de 1910, acorreram ao santuário de Krekhiv cerca de 60 mil romeiros, no ano cerca de 80 mil, e em 1927, em torno de 70 mil pessoas.
Com o fechamento do mosteiro de Krekhiv pelos comunistas, o ícone milagroso foi guardado até o ano de 1954 em sua residência por um dos monges, Antônio. Quando surgiu o perigo de que o ícone fosse extraviado pelos frequentes patrulhamentos por parte dos comunistas, o ícone foi levado para ser guardado na igreja da Assunção da Mãe de Deus em Lviv. No dia 23 de dezembro de 1990, o ícone milagroso de São Nicolau de Mira da Lícia foi solenemente transladado de Lviv para o mosteiro de Krekhiv.
Ícone da Mãe de Deus de Vitsen (s. XVII)

O ícone milagroso que hoje se encontra no mosteiro de Krasnopustcha, está correlacionado com o mosteiro na aldeia de Vitsen, nos arredores da cidade de Peremysliane, na Ucrânia. Desde a primeira metade do século XVIII, o mosteiro basiliano da Natividade da Santíssima Mãe de Deus de Vitsen, graças ao ícone milagroso, foi um conhecido centro de peregrinações.
Esse ícone milagroso é uma das mais difundidas cópias do ícone da Mãe de Deus de Ivers na Ucrânia. Segundo a tradição, nos tempos da iconoclastia, uma mulher de Iveria (Geórgia), para que fosse evitada a profanação da santa, atirou o ícone no mar. Logo esse ícone que emitia intenso brilho foi encontrado nas margens do mar, perto do monte Athos. Lá ela permaneceu, protegendo o mosteiro e concedendo muitas graças.
Mais tarde o ícone milagroso foi doado ao mosteiro de Vitsensk pela nobre Anastacia Mekula. Já naquele tempo ele foi adornado com nove ex-votos de prata. Com uma carta de 21 de setembro de 1706, o bispo josé Schumlianskey proclamou o ícone da Santíssima Mãe de Deus como milagroso. No ano de 1846 houve um grande incêndio que causou grandes danos ao mosteiro, porém o ícone permaneceu intacto. Mais tarde o mosteiro de Vitsensk foi fechado e o ícone milagroso foi levado ao mosteiro de Santo Onofre em Lviv.
No ano de 1934, o ícone foi em grande solenidade transferido ao mosteiro basiliano de São João em Krasnopustcha. Todos os anos eram realizadas solenes celebrações na festa da natividade de São João Batista e em todas as festas marianas. Com a chegada do comunismo, o mosteiro de Krasnopustcha foi fechado. O ícone foi salvo da destruição pelo cantor da igreja local; posteriormente, o ícone ficou guardado na casa de sua irmã. Com a reabertura do mosteiro, ela o restituiu aos padres basilianos para que fosse disposto para a veneração pública.
Ícone da Mãe de Deus de Krasnobrod (s. XIV)

As primeiras menções sobre o ícone da Mãe de Deus de Krasnobrod remontam à tradição popular da segunda metade do século XIV, registrada nas crônicas do mosteiro. Um cego que passava por aquelas paragens, lavou a imagem com a água de um poço e, tendo orado fervorosamente à Mãe de Deus, recuperou milagrosamente a visão. Em gratidão pela sua cura milagrosa, ele construiu junto ao poço uma pequena capela, onde deixou o ícone da Santíssima Mãe de Deus.
Desde aquele tempo, começaram a se reunir no local muitos peregrinos de todas as partes da região de Lemkiv da Galícia e também do noroeste da Eslováquia. Com o patrocínio do príncipe Teodoro Koriatovytch foi construída no local uma igreja de madeira e também algumas celas para os monges, em sinal de sincera gratidão à Mãe de Deus pela sua proteção àquela região. No ano de 1603, o mosteiro basiliano de Krásny Brod foi muito danificado por um incêndio e também por saqueadores, mas o ícone da Santíssima Mãe de Deus milagrosamente permaneceu incólume.
Já no início dos anos 60 do século XVII, esse ícone ficou muito conhecido na região pelos seus milagres. O ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus foi magnificamente adornado pelos fiéis, com muitas dádivas e ex-votos, em sinal de gratidão ao Senhor pelas graças que, por intercessão da Mãe de Deus, desciam sobre os piedosos romeiros, que com fé acorriam ao ícone milagroso de Krasnobrodzk.
Com a segunda metade do século XVIII, o mosteiro de Krásny Brod, não obstante a gravidade dos tempos, continuou sendo um importante local de peregrinação. Nesse local reuniam-se piedosos romeiros para as festas do Divino Espírito Santo e de Maria Santíssima, para diante do ícone da Santíssima Mãe de Deus receber a cura dos males do corpo e da alma. No ano de 1761 foi construída no local uma nova igreja do mosteiro, com uma capela, na qual foi alojado o ícone milagroso da Mãe de Deus.
Ícone da Mãe de Deus de Hoshiv (s. XVIII)

O ícone milagroso da Santíssima Mãe de Deus de Hoshiv é uma cópia da milagrosa Mãe de Deus de Belz (Czestochowa) que durante sua estada na igreja do castelo de Belz se gloriava com os seus milagres desde o século XIV. No final daquele século, ela foi levada para a Polônia, à cidadezinha de Czestochowa. Notícias sobre o ícone milagroso remontam à primeira metade do século XVIII. Ela era conservada na casa do nobre André Schuhai, da aldeia de Khrobrova, na região de Ternopil. Durante um incêndio que consumiu a mansão do nobre, ficando incólume só uma parede, na qual pendia o ícone. Esse estranho caso fez nascer a fé no seu poder milagroso e fez crescer a sua veneração na família de Schuhai. Mais tarde, quando Khorobrova foi ameaçada pelas constantes revoltas, as filhas de Shuhai mudaram-se para a aldeia de Dunaiv, na região de Peremyshl à família Hoshovsky, levando consigo o ícone. Quando retornaram para a sua casa em Khorobriv, André Shuhai presenteou a família Hoshovsky com o ícone em gratidão por ter dado abrigo às suas filhas nos tempos difíceis.
No ano de 1736, a face da Mãe de Deus no ícone milagroso cobriu-se com se fosse de suor, de pequenas gotas de orvalho, e dos olhos escorriam lágrimas. Hoshovsky entregou então o ícone para ser venerado na igreja latina de Dunaiv. Durante o ano o ícone milagroso permaneceu na sacristia da igreja e não estava acessível à adoração mais ostensiva, pelo fato de que na igreja já havia dois ícones milagrosos, a de Jesus Cristo e a da Mãe de Deus Dolorosa. Esse estado das coisas não agradava a Hoshovsky e ele dirigiu-se então ao metropolita de Lviv, Atanásio Sheptytsky, para que este reconhecesse o ícone como milagroso. O ícone foi transferido da igreja polonesa à propriedade de Hoshovskey em Hoshiv.
Depois que foram ouvidas as testemunhas e com o rescrito do bispo Atanásio Sheptytsky, do dia 11 de julho de 1737, o ícone foi reconhecido como milagroso. No dia 5 de agosto daquele ano, o ícone foi solenemente transferido à igreja do mosteiro em Hoshiv. Naquele dia aconteceu um milagre, registrado na crônica do mosteiro: “No dia anterior, por graça da Mãe de Deus, a moradora da aldeia Semehyniv da região de Stryi, de nome Cunegunda Sadovska, recuperou a saúde. Na véspera do dia 4 de agosto (sábado), seu esposo estava numa celebração na igreja da aldeia, durante a qual o pároco informou que no dia de amanhã, o ícone será levado e alojado na igreja do mosteiro do “Monte Claro” (Hoshiv). Comovido com o que tinha ouvido, Mateus Sadovskyi foi para casa e, ao ver a esposa doente, cuja morte a família esperava de um dia para outro, em desespero caiu por terra em forma de cruz e começou a pedir de todo o coração à Mãe de Deus de Hoshiv que ajudasse sua esposa. E as súplicas de Mateus foram ouvidas. A esposa abriu os olhos e de imediato levantou da cama. No dia seguinte, quando estavam transferindo o ícone à igreja do mosteiro, a família feliz foi a Hoshiv, e a mulher que foi curada, referiu sob juramentos sobre a sua cura milagrosa”.
Mais tarde, quando o mosteiro foi transferido ao “Yasna Hora” a Hoshiv, o ícone foi instalado atrás do altar mor. Com o fechamento do mosteiro de Hoshiv pelos comunistas, o ícone milagroso foi entregue secretamente pelos monges aos cuidados dos moradores do local. No dia 14 de outubro de 2001, após solenes procissões pelas cidades e vilas da região de Ivano Frankivsk e Lviv, o ícone retornou a Hoshiv.
Ícone da Mãe de Deus de Derevniania (s. XVII)

A história desse ícone tem seu início no ano 1786, na aldeia Derevnia. Um casal por longo tempo não tinha filhos, e incessantemente rezava diante do ícone da Mãe de Deus, para lhes concedesse uma criança. Nasceu um menino, porém logo se mostrou que a criança era cega. Ao longo de cinco anos os pais rezavam fervorosamente diante do ícone, suplicando à Mãe de Deus para que a criança pudesse enxergar. Na festa da Assunção da Mãe de Deus, a mãe da criança falava a ela sobre Maria, Mãe de Deus. Em um dado momento, a criança deu um grito olhando para o ícone: “Como é bela a Mãe de Deus”! O menino enxergava! Os pais radiantes de alegria entregaram o ícone para a veneração geral do povo no mosteiro basiliano de Zhovkva, onde começou a sua veneração como imagem milagrosa, e lá ela permaneceu até o ano de 1948, tempo em que o mosteiro foi fechado pelo governo comunista.
Com o fechamento do mosteiro de Zhovkva na festa da Anunciação de Maria, o ícone foi levado secretamente ao mosteiro de Krekhiv. Mas logo, na festa da Assunção da Mãe de Deus, fecharam também o mosteiro de Krekhiv, e temia-se que os objetos sacros e os ícones fossem destruídos. O ícone de Derevnia, porém, ficou intacto tendo sido levado para a residência do religioso basiliano Antonio Massiuk. Graças às suas orações diante desse ícone milagroso da Mãe de Deus, na festa da Anunciação aconteceu a cura de uma menina, filha de um ateu do local, que era considerada incurável.
Desde então, o ícone da Mãe de Deus permaneceu no mosteiro basiliano na aldeia de Malekhiv. No dia 18 de janeiro de 1990, o ícone foi levado ao renomado mosteiro da igreja de Santo Onofre em Lviv. No final daquele ano, ele foi transferido para a igreja de Santo André em Lviv. A partir do ano 1997, o ícone permaneceu na igreja do Sagrado Coração de Jesus em Zhovkva, e no ano 1999 foi levado de volta para a igreja de Santo André.
No dia 27 de junho de 2001, o ícone milagroso da Mãe de Deus de Derevniania foi coroado pelo Santo Padre, Papa João Paulo II, durante a Divina Liturgia em Lviv, na sua visita à Ucrânia.
Ícone da Mãe de Deus de Boroniava (s. XVII)

Uma primeira menção sobre o ícone de Borniava encontramos na crônica do mosteiro de 1785. O padre Joaníquio Bazelevytch, que mais tarde foi superior provincial, pintou o ícone da Santíssima Mãe de Deus numa tela. Ele foi estimulado a pintar esse ícone devido a uma narrativa e um juramento de duas testemunhas oculares que viram nos arredores do mosteiro de Boroniava a aparição de Maria Mãe de Deus. Na festa da Anunciação da Santíssima Mãe de Deus, o ícone foi benzido e instalado na iconóstase da igreja.
Após algum tempo, junto ao ícone começaram a acontecer milagres, e no final do século XVIII, por decisão de uma determinada comissão, ela foi reconhecida como milagrosa. Por um decreto do Papa Leão XIII de 28 de março de 1893, o ícone foi coroado e ao mosteiro foi conferido o direito de conceder indulgências três vezes ao ano: na festa da Assunção da Santíssima Mãe de Deus, no dia do profeta Elias e no dia da Exaltação da Santa Cruz. Para visitar o ícone milagroso de Boroniava acorriam romeiros da Ucrânia, Tchecoslováquia, Hungria e Romênia.
Durante o governo comunista, quando o mosteiro foi fechado, o ícone ficou guardado em moradias de pessoas piedosas. E no dia 8 de abril de 1991, o ícone milagroso foi solenemente transportado da cidade de Khust para a igreja do mosteiro de Boroniavsk.
O ícone milagroso de São João Batista em Ulashkivtsi

A tradição atesta que este ícone foi trazido no ano 1315 por alguns monges, que se abrigaram em grutas de calcário no território da aldeia de Ulashkivtsi na Ucrânia. Justamente por causa desse ícone, a aldeia de Ulashkivtsi se tornou um local de peregrinação, pois a notícia sobre monges basilianos e sobre São João foi espalhada pelos mercadores por toda a Europa. Ulashkivtsi era uma pequena cidadezinha, situada na rota comercial que ia do Mar Báltico ao Mar Negro, e do Oriente para o Ocidente. Nesses lugares estabeleceram-se grandes entrepostos, onde se reuniam mercadores da Grécia, Valáquia, Turquia, Alemanha e Tchequia.
De início, o ícone era guardado na capela da gruta “São Jan”. Nela, no ano de 1673, rezou o futuro rei polonês Jan Sobiesk III com o seu exército. Além disso, no alto dessa capela na gruta estava outrora uma imagem de São João Batista, debaixo da qual fluía água, a qual, conforme afirmavam os peregrinos, ajudava nas doenças dos olhos. Sabe-se também que no ano de 1775 foram reformadas as molduras do ícone de São João Batista.
Sabe-se que a devoção do povo ao ícone milagroso de São João Batista de Ulshkiv era extraordinariamente grande. Sobre isso atestam claramente as peregrinações ao mosteiro em honra do santo Precursor. A mais antiga e a maior romaria, de oito dias, era a da Natalidade de São João Batista, no dia 7 de julho. O direito para essa romaria de oito dias foi concedido pelo metropolita Atanásio Sheptytsky no ano de 1738. Outra romaria em honra de São João Batista Precursor era realizada na festa da Decapitação de São João Batista.
Ao longo das décadas de domínio comunista, o mosteiro de Ulashkivtsi caiu em ruínas e em esquecimento, e os monges na sua maioria foram levados à prisão e aos campos de concentração na Sibéria. Porém, o ano de 1990 trouxe nova vida ao mosteiro. Os monges basilianos que retornaram a ele, e com a ajuda dos paroquianos, restauraram o mosteiro e a igreja. Foi também reencontrado o ícone de São João Batista, e restaurado em maio de 1997.
Nos dias de hoje, ao mosteiro de Ulashkivtsi são realizadas romarias em vários dias santificados, mas a maior, como antigamente, é a romaria da Natividade de São João Batista.

